WILDE,
Oscar. A alma do homem sob o socialismo. L&PM. Porto Alegre.
2005.
«A
desobediência é, aos olhos qualquer estudioso da história, a virtude original
do homem. É através da desobediência que se faz o progresso, através da
desobediência e da rebelião. Às vezes elogiam-se os pobres por serem
parcimoniosos. Mas recomendar-lhes (p22) parcimônia é tão grotesco quanto
insultoso» (WILDE, 2005, p.21-22).
«Um homem
pode seguir a lei, e, no entanto ser desprezível. Pode violar a lei, e, no
entanto ser justo. Pode ser mau, sem nunca ter feito nada de mau. Pode cometer
um pecado contra a sociedade, e, no entanto alcançar por meio desse pecado a
verdadeira perfeição» (WILDE, 2005, p. 35).
«Há tantas
formas de perfeição quanto existem homens imperfeitos» (WILDE,
2005, p. 37).
«A
democracia, por sua vez, despertara grandes esperanças; mas descobriu-se que
ela significa simplesmente o esmagamento do povo, pelo povo e para o povo. Devo
dizer que essa descoberta não veio sem tempo, pois toda autoridade é
degradante. Degrada aqueles que a exercem, como aqueles sobre quem é exercida.
Quando usada de forma violenta, brutal e cruel, dá bom resultado, porque gera
ou, de algum modo, faz aflorar o espírito de revolta e o Individualismo que lhe
deve dar fim» (WILDE, 2005, p. 38).
«A Arte
desaparece por completo, torna-se estereotipada, ou degenera em forma inferior
e desprezível de artesanato. Uma obra de arte é o resultado singular de um
temperamento singular. Sua beleza provém de ser o autor o que é, e nada tem a
ver com as outras pessoas quererem o que querem. Com efeito, no momento em que
o artista descobre o que estas pessoas querem e procura atender a demanda, ele
deixa de ser um artista e torna-se um artesão maçante ou divertido, um negociante
honesto ou desonesto» (WILDE, 2005, p.45).
«[...] Um
verdadeiro artista não dá atenção ao público» (WILDE,
2005, p. 66).
«Foi um
dia fatal aquele em que o público descobriu que a pena é mais poderosa que as
pedras da rua, e que seu uso pode tornar-se tão agressivo quanto o apedrejamento.
Procurou imediatamente pelo jornalista, o encontrou e aperfeiçoou, e fez dele
seu servo diligente e bem pago. É de lamentar por ambos. Atrás das barricadas,
muito pode haver de nobre e heroico. Mas o que há por trás de um artigo de
fundo senão preconceito, estupidez, hipocrisia e disparates. E esses quatro
elementos, quando reunidos, adquirem uma força assustadora e constituem a nova
autoridade» (WILDE, 2005, p.57).
«Passarão as condições, e a
natureza humana se transformará. O que sabemos dela é apenas que se transforma.
Transformação vem a ser a única qualidade que lhe podemos atribuir. Os sistemas
que fracassaram são aqueles que se fiam na continuidade invariada da natureza,
e não em seu crescimento e aperfeiçoamento» (WILDE.
2005. p.73).
«Ou então é costume chamar egoísta
a um homem cuja maneira de viver lhe pareça a mais adequada para a expressão
plena de sua individualidade; em verdade um homem cujo objetivo primordial na
vida seja o aperfeiçoamento de si mesmo. Mas esta é a maneira como todos
deveriam viver. Egoísmo não significa viver como se deseja, mas sim pedir aos
outros que vivam como se deseja. [...] Não é egoísmo pensar por si mesmo. Um
homem que não pensa por si mesmo, simplesmente não pensa»(WILDE.
2005. p.75).
OSCAR FINGAL
O’FLAHERTIE WILLS WILDE [16/10/1854
– 30/11/1900].
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