FROMM, Erich. Análise do homem. 3. ed, Rio de Janeiro: Zahar, 1963.
«O
professor pode dizer que um aluno é bom se este é obediente, não cria casos e
lhe faz honra; de forma bastante análoga pode-se dizer que uma criança é boa
quando é dócil e obediente. A criança ‘boa’ talvez seja medrosa e insegura, só
querendo agradar os pais submetendo-se á sua vontade, ao passo que a criança
‘má’ talvez tenha vontade própria e interesses perfeitamente legítimos, mas que
não agradam aos pais» (FROMM, 1963, 21).
«O homem pode relacionar-se com os outros de várias maneiras: pode amar
ou odiar, competir ou cooperar, pode construir um sistema social baseado na
igualdade ou na autoridade, na liberdade ou na opressão; mas tem de
relacionar-se de alguma forma, e esta forma particular de relacionamento
exprime seu caráter. Não seja egoísta’ transforma-se em uma das mais
poderosas ferramentas ideológicas para suprimir a espontaneidade e o livre
desenvolvimento da personalidade. Sob a pressão desse slogan, pede-se à
gente todo sacrifício e submissão completa: somente são ‘desinteressados’ os
atos que não atendem ao indivíduo, mas a alguém ou algo a ele estranho» (FROMM, 1963, p. 60).
«Desde a escola primária até os cursos superiores, o objetivo da
aprendizagem é reunir a máximo possivel de informações que sejam, sobretudo
úteis para as finalidades de mercado. Os alunos têm de aprender tantas coisas que mal lhes restam tempo e energia
para pensar» (FROMM, 1963,
p. 74-75).
«‘Não seja
egoísta’ transforma-se em uma das mais poderosas ferramentas ideológicas para
suprimir a espontaneidade e o livre desenvolvimento da personalidade. Sob a
pressão desse slogan, pede-se à gente todo sacrifício e submissão
completa: somente são ‘desinteressados’ os atos que não atendem ao indivíduo,
mas a alguém ou algo a ele estranho» (FROMM, 1963, p. 118).
«Ele [Freud] descreve, assim, o fenômeno do amor como um empobrecimento
do amor-próprio da pessoa, porque toda a libido se volta para um objeto a ela
exterior» (FROMM, 1963, p.119).
«Se é uma virtude amar a meu próximo como um ser humano, deve ser uma
virtude – e nunca um vício – amar a mim mesmo, visto ser eu também um ser
humano. Não há conceito algum a respeito do homem em que eu próprio não seja
incluído» (FROMM, 1963, p. 119).
«A falência da cultura moderna não está no principio do individualismo,
nem na idéia de que virtude moral é a mesma coisa que satisfação do interesse
próprio; porém na deterioração do significado de interesse próprio.
Hodiernamente o individuo não se preocupa com seu eu real e não tem amor a si
próprio» (FROMM, 1963, p. 128).
«A supremacia da autoridade é posta em dúvida quando a criatura tenta
deixar de ser uma coisa para tornar-se um criador» (FROMM, 1963, p. 137).
«A fé irracional é uma convicção fanática em alguém ou em algo, radicada
na sujeição e na autoridade irracional, pessoal ou impessoal. A fé racional em
contraste, é uma convicção firme baseada na atividade produtiva, intelectual e
emocional» (FROMM, 1963,
p. 183).
«‘E-ducere’: que literalmente, quer dizer ‘trazer para fora’ ou expressar
algo que está presente potencialmente. Assim educação significa, sobressair,
emergir do estado potencial para o de realidade manifesta» (FROMM, 1963, p. 185).
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